sábado, 30 de outubro de 2010

Toc Toc Toc

Caraca, não consigo dormir!

Parei e comecei a pensar, enrolado no meu cobertor e com a cabeça apoiada no braço.

Cinco anos derrubados por alunos de primeiro a terceiro ano.

Isso é o que me faz ter esperanças de que esse mundo louco em que vivemos ainda tem uma salvação.

Refletindo profundamente sobre tal assunto, me dei conta de que, por um lado, todos os alunos dessa instituição nomeada como USCS tem alguma participação no processo.

Pensemos: Dos 1235 alunos que se empenharam em vir à faculdade em um dia onde a única coisa que realmente importava era a sede de democracia, 905 lutavam por um mesmo ideal.

O fim de uma longa ditadura, de um “governo” manipulador e fascista, controlado por pessoas que só se preocupam com o bem-estar próprio.

Pergunto-me: Onde estávamos esse tempo todo? Onde estávamos que não percebemos a sujeira sendo escondida em baixo de nossos tapetes?

Felizmente, a consciência chegou.

Devemos isso a três exemplares alunos, que tomaram a primeira atitude (errada ou não) de mostrar aos alunos algumas coisas que não eram divulgadas como deveriam.

Coniventes ou não, esses três indivíduos mostraram que a nossa Universidade não precisa ser controlada por apenas um grupo fechado, mas pode ser compartilhada por vários grupos diferentes, que lutaram por uma causa e conseguiram o que queriam.

Como foi na última quinta-feira (28), pode ser para o resto de nossas vidas acadêmicas!

Não há portão que não possamos derrubar. Não há preços que não possamos abaixar. Não há barreiras que não possamos enfrentar.

Nada pode nos tirar o direito de opinar. Nada nos dá mais direito de palavra do que a situação que nos encontramos: Alunos.

Mais que alunos. Somos seres humanos. Seres humanos racionais, que, independente da classe social, religião, etnia ou coisas do tipo, pensamos como um só.

Reiterando: Assim como terminamos com um mandato longo, podemos conseguir vários outros benefícios.

A única coisa que devemos fazer é lutar como um todo. Todos juntos por um mesmo ideal.

É assim que a democracia é feita.

Independente do que está por acontecer nas paredes desta autarquia, sinto-me lisonjeado e orgulhoso de ter feito parte deste grande movimento estudantil.

Agora, mais do que nunca, sinto-me orgulhoso de ser um aluno da USCS.

Parabéns à Chapa Visão pela vitória.

Um parabéns também às chapas Sparta, Ágora e Atitude, que lutaram todos juntos por um só ideal: O bem dos alunos e deste lugar que, para muitos, tornou-se um lar.

Mais do que colegas, somos uma família.



Por: Guilherme Garcia Jonas de Souza, estudante de jornalismo da Universidade Municipal de São Caetano do Sul, aquela mesma em que os alunos mostraram que são capazes de tudo.



PS: Essa história será contada aos meus netos.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Criança < Universitário > Adulto


Ahhh, a Universidade! Está feliz, né? Passou na faculdade. Mamãe passou a mão na sua cabeça. Papai te deu um carro de presente. Todas as festas, loucuras e maturidade de estar chegando à fase adulta.

Mas quando que você realmente começa a ser reconhecido como um universitário para o mundo?

- Quando tira 10 em todas as provas e trabalhos?
- Quando participa de todas as festinhas?
- Quando argumenta - mesmo que erroneamente - contra o professor?
- Quando levanta o canudo e joga o chapéu quadrado para cima?

Respondo as questões com uma só palavra: NÃO!

Um dia, um sábio homem me disse a seguinte frase:

"O Universitário tem que fazer as coisas acontecerem. É uma questão de cabeça e tempo. A galera do colégio tem tempo, mas ainda não tem cabeça. A galera que é formada tem cabeça, mas não tem tempo e disposição. Agora, os jovens universitários têm os dois!"

Respondendo mais concretamente minha indagação, um indivíduo só se torna realmente um universitário quando faz algo para mudar as coisas.

O problema é que, hoje em dia, as pessoas estão acostumadas ao comodismo.

E o pior ainda: As pessoas têm PREGUIÇA de pensar.

Quando ouvem uma pessoa de fala mansa e confiável, logo o seguem como um bando de cachorros atrás da carne. MAS ISSO NÃO PODE ACONTECER!

Acredito que se uma coisa não te conforta, você tem que lutar por ela. Mas não é isso que está acontecendo no momento.

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Diante o caso que anda acontecendo na USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), me sinto ENVERGONHADO. Mas não pelos colegas que "estão sujando o nome da faculdade" e sim pelos colegas que falaram um absurdo desses.

Vamos analisar alguns fatos:

Alguem lembra da época da Ditadura Militar? Claaaro que não. Senão não teriam dito uma idiotisse dessas.
Talvez tenham ouvido falar de algo chamado "Diretas Já", onde o povo foi às ruas manifestar sua insatisfação com o governo proposto pelos militares. Foram em busca dos seus direitos. O direito da escolha. O direito de poder ser um diferencial.

Pois é. Agora imaginemos: As pessoas pensaram que as diretas já poderiam denegrir a imagem do Brasil. Ahhh, então nem vamos fazer.

ISSO NÃO EXISTE!

Então, por conta da imagem e da fala mansa de um ou dois gatos de bigode, vamos abrir mão dos nossos direitos para não sermos mal vistos?

E o pior: Essas mesmas pessoas não vêem que você lutar pelos seus direitos é algo nobre. Algo respeitável. Algo que poucas pessoas fazem, porém, é um ato de coragem e mostra sua fibra de conquista.

Se caso leiam esse post, pensem no assunto.

PS: Você pensa a USP, a PUC ou outras universidades mal vistas por seus alunos exporem seus direitos e lutarem por tais?


Pelo menos uma vez, pensem no assunto.

segunda-feira, 29 de março de 2010

A minha realidade



Minha profissão é feita de escolhas.



Palavras são minha munição.


Não tenho horário de entrada, muito menos de saída.


Dependo das pessoas, porém, muitas dependem de mim.


Sigo roteiros, transformando-os em instrumentos de manipulação, informação ou apenas meros textos opinativos.


Faço das suas as minhas palavras, ou não.


Sigo o conceito da imparcialidade, mas exponho minha opinião, mesmo que você não perceba.


Uso da persuasão como um dos meus mais fortes artifícios.


Eu faço você refletir sobre realidades distantes da sua, mas também faço você perceber os problemas e soluções que o rodeiam.


Transformo histórias sem nexo em GRANDES contos que reviram sua cabeça.


Posso guardar seus maiores segredos se me pedir, mas não espere que os esconda por muito tempo.


Mostro os dois lados da história, mesmo que ela só tenha um.


Consigo fazer com que você assista filmes, leia livros ou vá a peças de teatro, mesmo que você não esteja disposto a isso.


Tenho problemas de insônia, mas isso não atrapalha minha vida acelerada.


Amo a preocupação e a pressão dos dias, contando que valha a pena no final de cada um deles.


Para mim, o tempo passa rápido, mas não tão rápido que passe despercebido por meus sentidos.


Observo o mundo minuciosamente, não deixando nada me influenciar.


Sou apaixonado pelo mundo real e torço para que ele nunca deixe de ser como é.


Sou seu melhor amigo, contudo, dependendo da situação, posso me tornar seu pior inimigo.


A minha perspicácia é poderosa, portanto, posso fazer você revelar seus mais ocultos segredos.


Sou bom em ligar os pontos nas mais complexas situações.


Não sou controlado pela mídia, mas a controlo.


Você acha que eu sou alienado? Então leia meus artigos e você descobrirá quem é alienado.


Quem sou? Sou apenas um homem comum.
Um homem comum com um poder que a maioria dos homens não tem.
Eu sou um homem poderosíssimo.
Não tenho dinheiro, não tenho seguidores e não tenho muitos amigos.
Eu apenas tenho os maiores veículos de comunicação ao meu dispor.



Quem sou?



Eu sou um jornalista.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Aos 19

O tempo é uma coisa extraordinária. Quando percebemos, ele já se foi, como uma brisa que leva o cheiro dos seus passos. Posso dizer que me sinto fora dos meus costumes ao escrever coisas assim, mas não consegui evitar. Por um momento, se tornou mais forte que eu.


Há um ano, estava eu, nessa mesma cadeira, à frente desse mesmo computador, pensando nas mesmas coisas. Algo mudou?

Sim! Muitas coisas mudaram. Aprendi a dar valor às minhas amizades, mesmo que sejam de minutos, dias ou anos. Aprendi a valorizar o tempo e o espaço. Vi que não se pode tentar bancar o bonzinho quando o mundo esta repleto de leões. Leões que só pensam em sua própria barriga.

Percebi que o inútil, dependendo de sua situação, torna-se útil. Comecei a parar de pensar de um modo sensacionalista, começando a ligar para as coisas pequenas da vida. Sim, jovens! Temos que aproveitar as pequenas coisas.

Pequenas coisas como abraços, mãos estendidas, ligações sem prévia, tapinhas no ombro que insinuam orgulho, frases mal boladas, mas valiosas.

Olhei o mundo de outro ângulo.Ele não se limita apenas ao meu universo. Pensei em sustentabilidade. Hoje, não amo aquilo que sai de meu corpo trazendo-me prazer, mas, amanhã, aquilo poderá se tornar um pequeno ser humano, o qual eu amarei mais que a própria vida.

Adianto por minhas próprias experiências que o amor existe SIM, mas não deve ser o motivo que você tem para viver e sim um impulso. Vejo que terei dificuldades em aceitar certas contradições, em superar alguns obstáculos, em levantar em meio ao caos, em abraçar aquele que um dia me feriu.

Um ritual besta como fumar um cigarro e beber um copo de uísque em plena madrugada seja uma idiotice para você. Para mim, não é! Ao repetir isso todos os anos, percebo o correr do tempo. É incrível.

Um relatório dos meus pensamentos nessa mesma data, só que anos atrás.



2006 – Começa o ensino médio

2007 – Aprofundar-me na guitarra.

2008 – Pensar no curso que farei na faculdade e despedida do 3º

2009 – Vou à faculdade.

2010 – O ensino médio passou, minha paixão pela guitarra diminuiu, escolhi o curso certo da faculdade e estou feliz com ela.



Estranho, não?

Percebi que, pela primeira vez em toda minha vida, estou pensando no passado e não no futuro.

Talvez esse seja meu jeito de ver o mundo. Talvez eu esteja ficando velho. Talvez eu esteja com medo do futuro próximo. Talvez apenas tenha que ser assim.



Como diria Stephen King

“Aos 19”



Por: Guilherme Garcia Jonas de Souza (05/03/....)