quinta-feira, 4 de março de 2010

Aos 19

O tempo é uma coisa extraordinária. Quando percebemos, ele já se foi, como uma brisa que leva o cheiro dos seus passos. Posso dizer que me sinto fora dos meus costumes ao escrever coisas assim, mas não consegui evitar. Por um momento, se tornou mais forte que eu.


Há um ano, estava eu, nessa mesma cadeira, à frente desse mesmo computador, pensando nas mesmas coisas. Algo mudou?

Sim! Muitas coisas mudaram. Aprendi a dar valor às minhas amizades, mesmo que sejam de minutos, dias ou anos. Aprendi a valorizar o tempo e o espaço. Vi que não se pode tentar bancar o bonzinho quando o mundo esta repleto de leões. Leões que só pensam em sua própria barriga.

Percebi que o inútil, dependendo de sua situação, torna-se útil. Comecei a parar de pensar de um modo sensacionalista, começando a ligar para as coisas pequenas da vida. Sim, jovens! Temos que aproveitar as pequenas coisas.

Pequenas coisas como abraços, mãos estendidas, ligações sem prévia, tapinhas no ombro que insinuam orgulho, frases mal boladas, mas valiosas.

Olhei o mundo de outro ângulo.Ele não se limita apenas ao meu universo. Pensei em sustentabilidade. Hoje, não amo aquilo que sai de meu corpo trazendo-me prazer, mas, amanhã, aquilo poderá se tornar um pequeno ser humano, o qual eu amarei mais que a própria vida.

Adianto por minhas próprias experiências que o amor existe SIM, mas não deve ser o motivo que você tem para viver e sim um impulso. Vejo que terei dificuldades em aceitar certas contradições, em superar alguns obstáculos, em levantar em meio ao caos, em abraçar aquele que um dia me feriu.

Um ritual besta como fumar um cigarro e beber um copo de uísque em plena madrugada seja uma idiotice para você. Para mim, não é! Ao repetir isso todos os anos, percebo o correr do tempo. É incrível.

Um relatório dos meus pensamentos nessa mesma data, só que anos atrás.



2006 – Começa o ensino médio

2007 – Aprofundar-me na guitarra.

2008 – Pensar no curso que farei na faculdade e despedida do 3º

2009 – Vou à faculdade.

2010 – O ensino médio passou, minha paixão pela guitarra diminuiu, escolhi o curso certo da faculdade e estou feliz com ela.



Estranho, não?

Percebi que, pela primeira vez em toda minha vida, estou pensando no passado e não no futuro.

Talvez esse seja meu jeito de ver o mundo. Talvez eu esteja ficando velho. Talvez eu esteja com medo do futuro próximo. Talvez apenas tenha que ser assim.



Como diria Stephen King

“Aos 19”



Por: Guilherme Garcia Jonas de Souza (05/03/....)

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