quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Pérolas brasilienses


Ao entrar em uma faculdade, seu senso crítico começa a tomar dimensões que você nunca imaginaria. Sua cabeça volta-se ao escárnio dos que pouco o agradam, proporcionando-o belíssimas frases aos que idolatra.

Pensando como jornalista, tenho que tomar muito cuidado com as palavras que usarei em minhas matérias, tentando ser o mais imparcial possível. Às vezes, uma expressão mal usada, pode causar o desafeto de vários leitores.


Relacionando as editorias de imprensa com o Senado, descobrimos que há certa semelhança entre essas aparentemente tão distantes profissões. Tudo que escrever, poderá ser usado contra mim em um futuro não muito distante. Calculando que sou apenas um transmissor de fatos (não que isso seja algo menosprezável), isso pode não abalar minha imagem ou minha carreira, com exceção de algumas situações, claro. Agora, quando o assunto é política, digamos que nossos representantes deveriam tomar um pouco de cuidado ao abrir suas “singelas” bocas.




Analisemos alguns casos:

Caso 1


12/06/2007


Discussão sobre os problemas com aeroportos no Brasil. Muitos vôos atrasados, o que abalava a indústria turística na nação. Como convidada para esse polêmico debate, a ministra do Turismo, Marta Suplicy, pretendia incentivar os brasileiros a viajar, não ligando para os atrasos.
Para simplificar sua intenção, a ministra proclamou as seguintes palavras: “Se o avião atrasar, relaxa e goza!”


Percebe-se que a ministra tem uma forte ligação com o povo. Até fala como nós. Penso eu, que à beira da 3ª idade, não convém usar certos jargões, principalmente quando é uma mulher com tanta popularidade, sendo exemplo para milhões de brasileiros.



Caso 2

25/08/2009

O nepotismo ataca as raízes do Senado, onde o próprio presidente da Casa, José Sarney, é acusado de empregar próximos em cargos públicos. Manobra essa, considerada crime.
Com uma idéia democrática, houve uma votação, onde os senadores votariam contra ou a favor do afastamento do presidente. O resultado, como esperado, foi contra o afastamento, provocando ira em certos representantes, inclusive no Senador pelo Estado de São Paulo.
Eduardo Suplicy, com uma brilhante analogia, manifestou:
“O que faz o juiz nos campos de futebol no Brasil para que todos entendam? Apresenta o cartão vermelho. É isso, senhor presidente. Avalio que, nessas circunstâncias, o melhor passo para a saúde do Senado Federal, do próprio presidente, José Sarney, é simbolizado em um cartão vermelho”.


Palmas ao senador! Confesso que nunca imaginei que o ex-marido de Marta pudesse descer o nível como fez. Convenhamos que, após o término da votação, nada adianta alterar-se, caro Suplicy. Mas, de verdade, achei fantástica a analogia. Porque, como em um jogo de futebol, o senado está cheio de faltas, bolas fora, impedimentos e “jogadores” querendo sair pelo escanteio. Se os pais são assim, não quero nunca ter que cruzar com os Suplicys juniores.



Caso 3


16/09/2009

Meados de 2009. Penúltimo ano de mandato do presidente Luiz Inácio “Lula” da Silva. De acordo com a lei, o presidente da república não pode recandidatar-se após um segundo mandato. O Brasil começa a encarar as sombras da escolha mais importante dos próximos quatro anos. Dilma Roussef, ministra chefe da Casa Civil, é a candidata apoiada por Lula para as tão esperadas eleições de 2010, o que ocasionou um evento em Brasília, sobre a discussão de tal fato. Ao avaliarmos os candidatos à presidência da república, percebemos um interessante fato: Todos são de esquerda ou possuem influências de tal.
Pois bem. Sabemos que vossa excelência é de extrema esquerda, enquanto seus maiores rivais (que o tiraram da presidência, como Collor, FHC etc.) eram extremistas de direita. Após checar os candidatos, Lula deu um depoimento chocante, porém previsível, no evento em Brasília: “Vocês querem conquista melhor do que em uma campanha, neste país, não termos nenhum candidato de direita? Porque antigamente, como era a campanha? Era o de centro-esquerda ou de esquerda contra os trogloditas de direita.”


Respeito totalmente as preferências políticas do presidente. Mas, quando você se torna uma figura pública, tem que tomar certos cuidados, principalmente com quem difamar. Nenhum presidente, por mais poderoso e querido que seja, agüenta anos de mandato sem apoio, afinal, todos queremos o melhor por nosso país (pelo menos era para ser). Agora, digam-me, caros leitores: Após esse doce adjetivo dirigido aos direitistas, estaria Dilma Roussef em maus lençóis?




Terminando esse argumento, deixo-os com uma pequena frase do grande filósofo grego, Platão, que diz o seguinte:


"Os males não cessarão para os humanos antes que a raça dos puros e autênticos filósofos chegue ao poder, ou antes que os chefes das cidades, por uma divina graça, ponham-se a filosofar verdadeiramente."

Obrigado pela atenção.

Um comentário:

  1. "Relaxa e goza" faz história e até hoje kkk

    e sobre o cartão vermelho foi engraçado o Suplicy discutindo com o Senador Heráclito Fortes (DEM-PI), que ofereceu a ele um suco de maracujá asuashuashuashu

    Eu concordo que já houve muitos trogloditas de direita, mas como vc disse, o Lula poderia ter ficado calado para não comprometer a candidatura da Dilma em 2010...

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